sábado, 26 de junho de 2010

[inspiração para um reencontro] talvez até com um cravo cravado no peito, para ser mais pungente

Sotto Voce

É possível que eu esqueça a liquidez da lua
o sono dessa rua às três da madrugada
a longa caminhada orquestrada pela chuva
a sombra de uma luva em cima de uma vaga

É possível que eu esqueça o dia em que nasceste
Em que depois da luva apareceram as mãos
É possível que eu esqueça. Ou me seja indiferente.
É preciso que não. É preciso que não.

David Mourão-Ferreira

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