terça-feira, 12 de abril de 2011

[inspiração pra uma despedida] a dor da gente não sai no jornal



Tentou contra a existência
Num humilde barracão,
Joana de tal, por causa de um tal João. 
Depois de medicada, 
Retirou-se pro seu lar. 
Aí a notícia carece de exatidão,
O lar não mais existe; 
Ninguém volta ao que acabou. 
Joana é mais uma mulata triste que errou. 
Errou na dose, 
Errou no amor; 
Joana errou de João.
Ninguém notou,
Ninguém morou na dor que era o seu mal; 
A dor da gente não sai no jornal...

Haroldo Barbosa/ Luiz Reis, 1961

(Obrigada ao Vítor, correspondente honoris causa deste mato, agora em parte incerta...).

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