terça-feira, 27 de setembro de 2011

[et in iapala ego] a missão dos incomunicáveis...


No pátio da casa do nosso cozinheiro...
(Iapala, Nampula)

A primeira vez em Iapala foi dura... Uma missão a 200 km de Nampula, já depois do ano dos encantos de primeira vez em África. Era difícil estar incontactável e longe. Tanto mais que deixei um dos meus melhores amigos a sofrer por um amor traído (sim, esse mesmo, o dos soluços!) e não tinha a certeza se ele tinha conseguido dar a volta por cima. E estava com a desconfortável impressão de que alguma coisa de terrível poderia ter acontecido a alguém da minha família sem que eu pudesse ter sabido… Às vezes desabafava estes desassossegos com o Padre Filomeno e ele olhava-me nos olhos:

- Está tudo bem. Podes ter confiança porque está tudo bem. Aqui o tempo passa mais lentamente. A vida é toda mais intensa. África muda-nos. Por isso parece-nos que em nossa casa já tudo pode ter mudado também, mas não é verdade. Lá é que está sempre tudo na mesma. Nós ligamos e é como se tivéssemos ligado no dia anterior.

As suas palavras tinham o condão de me acalmar por algum tempo... Mas depois voltavam as inquietações...

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